terça-feira, 17 de agosto de 2010

Powder day

Vou ser super sincero, não sei quanto lá no cerro Chapelco, mas hoje acordei sob muita neve. E depois do desajuno, fui comprar algumas coisas na cidade: remédio para o Marcio e uma tala para meu tornozelo (antes tarde do que mais tarde e nao reclamem!).

Saindo do La Posta, vi neve caindo aos blocos. Mas a temperatura não estava tao fria para segura-la, transformado-a logo em agua quando tocava ao solo. Mesmo assim, deu para colocar uma paisagem bem branquinha na cidade.

Uma coisa que eu não entendo nessa cidade é a ausência de bueiros. Tive que quase andar uma quadra a mais para atravessar a rua, por que um rio passava na rua.  Nessa de ir na farmacia, conheci mais dois brasileiros que conheciam o Johnny. Alias, conheceram o Johnny da pizza Cala. Filial forte da SnowAdventures.

A tarde, com o remédio que comprei, Marcinho demonstrou uma melhora em sua saúde. Espero que amanha acorde melhor. Voltei a tomar antiinflamtorio. A galera chegou perto das 17h e disse que a montanha estava espetacular, puro powder. Nao entrei muito no mérito de saber mais para nao ficar com dor de corno, de estar aqui e não poder andar. Mas vendo as fotos, a dor de corno bateu. 


A noite comemos no Bamboo. Um restaurante novo com ótima comida. Mais uma vez escolhi um prato com Lomo, mas com molho de cogumelos e mostrada. Muito bom! 

Assim terminei minha ultima noite em San Martin de Los Andes. Ano que vem estamos de volta.

Quase no fim

Mais um dia que eu não subo para o cerro Chapelco. Marcinho, meu roommate, tambem ficou pela cidade, mas ele estava tão mal que nem saiu do quarto. Acordamos tarde, em torno de meio dia e o Pablo estava no hall do hotel nos esperando. Ele deixou as malas no quarto e sai com ele para comer algo pela rua.

Andamos até a pizza Cala, onde comemos duas empanadas (um calzone micro) e ainda vimos o Claudino. Desconfio demais que ele seja um dos socios do pizza Cala. Toda vez que vou, lá está ele. Dessa vez não falei com ele, pois estava concentrado em sua comida. Dexei quieto. Pedimos ainda duas empanadas para viagem, para levar para o Marcio. 

No caminho de volta paramos na Havana. Pablo queria comprar alguns alfajores para o pessoal com quem trabalha. Bem, nao trabalho, entao nao comprei nada. Mas o que mais me espanta aqui na Argentina é a ausencia de cartão de credito em alguns estabelecimentos. A Havana foi uma, só aceitavam efectivo (dinheiro). Acredito que isso seja consequencia de uma economia instavel, onde eles não querem arriscar de receber o dinheiro daqui a 30 ou 40 dias e esse dinheiro valer 30% a menos. 

Marcinho conseguiu comer apenas meia empanada. Ainda está bem mal. A galera voltou da montanha dizendo que hoje estava maravilhoso. Muita neve nova, powderzinho bom. Visibilidade pode ter sido o ponto fraco, mas pela qualidade de neve, acho que não chegou a ser problemas.

A noite passamos no pizza Cala, não para comer, mas para falar com o Johnny que lá estava. Nosso restaurante era proximo, chama-se Dona Quela. Especializada em massa, pedi um ravioli de truta com molho de cogumelos. Muito bom! Recomendo.

Na volta, passamos no fliperama. Dessa vez, tomei um chocolate no carrinho e quase ganhei no totó. Na saída, chovi demais. Tivemos que pegar um taxi. Lembrando que estamos na cidade, se chove aqui, é bem possivel de estar nevando demais lá no cerro.



   

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Home Office

Hoje é o primeiro dia que nao vou subir para o cerro Chapelco. Resolvi deixar o escritório fechado e fazer home office. Junto comigo ficou o meu novo parceiro de quarto, Marcinho. Ele está um pouco bichado e achou melhor ficar pela cidade. 

Tocando nesse assunto de novo parceiro de quarto, decidi não mais ir a Bariloche. Vou ficar aqui em Chapelco dividindo o quarto com o Marcinho. Antes que venha a piada, não, não estamos dormindo de conchinha nesse frio. São duas camas de solteiro. 

Mais ou menos meio dia, passa o transfer para o aeroporto levando a maioria da galera que aqui estava. Assim que eles sairam, começou a nevar. Ainda tento identificar quem era o pé frio da viagem que estava segurando a neve. 

Bem devagar, mancando claro, fui andando com o Marcinho até a pizza Cala. Em uma lojinha antes, estava vendo umas besteiras, quando o Marcio, amigo do Daniel Prado, me identificou pela calça. Nao o conhecia pessoalmente até entao, mas foi rapido, pois ele ja estava de saida. Mais adiante chegamos ao pizza Cala. 

Nele estava o amigão sexagenario do Johnny, Claudino. Gente boa, mas fala com um sotaque paulista pesadissimo e não para nunca de falar. Quase perguntei a ele o que ele anda bebendo. No Cala ainda me reconheceram pela calça, era o Vinicius Meiva do SnowAdventures com sua galera. Havia acabado de chegar na cidade e seguiu a dica do Johnny sobre a pizzaria. Começo a me achar uma celebridade, onde as pessoas te reconhecem e vc não as conhece.  

Chegando de volta no La Posta, conhecemos mais uma pessoa do SnowAdventures, Ingrid Luna. Chegou sozinha de Bariloche e fica até quarta com a gente. O jantar foi mais uma vez no Don Florencio. Dessa vez nao arrisquei, pedi um Lomo a la pimenta, simplesmente sensacional! Tambem encontramos com o Alexandre e a Clarissa que chegaram em Chapelco no dia anterior. 

Tenho ido de taxi para os lugares, mas a volta sempre é a peregrinação do manco até o hotel.



domingo, 15 de agosto de 2010

Novas contratações

Mais uma vez estamos na van das 10:30am. Para a maioria hoje é o ultimo dia de snow e contando com isso, não tinha como não quererem parar de andar. Conclusão, o escritório ficou vazio a maior parte do tempo. Mas hoje não havia vento, mas estava muito frio. Não tinha como ficar parado na sombra. Frio demais. 

Esqueci de comentar, mas essas placas de trânsito daqui de San Martin são ótimas. Colocarei mais uma sensacional que achei. 

Sem grandes novidades durante o dia, mas no final veio uma. No dia anterior o Junior havia se inscrito para uma vaga no nosso escritório. Em seu currículo apenas existiam roxos, sem danos maiores. Como o escritório precisa de pessoas com belos currículos, eu e Mauricio Vianna, meu gerente técnico, negamos sua contratação. Pedimos para ele fazer uma pós no park, ou no meio das arvores. 

Hoje ele voltou ao escritório com um currículo bem melhor. Ele estava com o Fabiano e não sei como, caiu torcendo o tornozelo. Exatamente o mesmo que tenho torcido. Fiquei um pouco bolado, achando que queria tirar a minha vaga no escritório. Desceu de maca e tudo. Os médicos acreditam que seja um estiramento nos ligamentos. Melhoras Junior!

Tava sem paciência para a cerveja de fim do dia, lá na base e peguei logo a van de volta ao hotel. Nela, vieram também o Johnny e o Kbyte comigo. Augustina até estranhou eu estar tão quietinho. Chegando no hotel, combinei com o Cateano o jantar. Iríamos no Ku de fora. Aqui em San Martin existem dois restaurantes chamados Ku. O que fica na cidade, Ku de dentro, e o que ficar fora, Ku de fora. Fomos de taxi pago pelo próprio Ku. Tanto na ida quanto na volta. Pedi uma carne de buffalo ao molho de tres pimentas. Sensacional! Gustavo, Alex e Cateano também foram nesse prato. O atendimento que ficou a desejar. Ficamos um pouco esquecidos.

Na volta, como diz o Caetano, fiz uma internet e fui dormir para digerir aquele buffalo que comi. 


sábado, 14 de agosto de 2010

Toma de vento!

Acordo com o banho matinal do Gaucho com seu Algispray (analgesico em forma de spray) Duvida pela manha, ando ou não de snow. Pensei... olhei o tempo... nãoooo melhor não. Nao coloquei a prancha na van e fui mais uma vez para meu escritório na montanha. 

O dia estava frio mas estava ventando bem mais que ontem. Mas muito mais. O sol estava escondio e tinha um frio que fiquei de casaco até nas instalações indoor do escritório. Por esse motivo, o bar bombou demais. Queriam de qualquer maneira sentar no meu escritorio, mas não estava aceitando estrangeiros. Apenas brasileños. A galera estava meio desmotivada mesmo hoje, mostrando grande solidariedade no meu escritorio. 

Sábado tem algumas pessoas que voltam, como a Taty, Marcinha, Bernardo, Melissa, Fernando, Big Gus e a Keiko. Outros vao no domingo e alguns vao apenas quarta, que é meu caso. A ideia é ir para Barioche na segunda e pegar o voo na quarta para o Rio. Nessa minha jornada conto com Pablo, Mau, Fernando, Ana Paula e Luciana. Mas aqui em Chapelco até o dia 18, vao estar: Johnny, Kbyte, Leo Simas, Bruno, Marcinho, Fabiano, Krika e Mauricio.

Voltamos de van, junto com a Augustina as 18h. Hoje a montanha tava tão vazia que nem havia a van das 18:30. 

No final do dia na montanha, marquei com todos as 21h no La Posta para tirarmos uma foto com o maior numero de pessoas possiveis. E as 21:30 estavamos, muitos, sentado na escada do hotel tirando a foto. Sensacional ideia e concretizacao da mesma, do Mauricio e da Krika que compraram vinhos, queijos e presuntos no supermercado, fazendo uma pequena recepcao no momento da foto. 

Depois da sessao de fotos, saímos para jantar no Pisces. Sabe quando vc pede uma carne e essa carne esta com tanta gordura que no final vc pagou para ficar tentando achar um pedaço sem nervo e gordura? Uma coisa aprendi, eu não posso pedir nenhuma outra carne que não seja lomo ou lomito. 

Voltei a pé para casa por que nao passava taxi. O bom de ser manco é que tenho mais tempo para refletir nessa caminhada de retorno. O ruim é que tava um friooooooo...








quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sol, vento e muuuuito frio

Não é por que faz sol que não tem frio. Hoje subi a montanha as 10:30am e corri para o escritorio. Fiquei recebendo os primeiros clientes, colocando a cadeira no sol. Mas não deu. Como diz minha amiga fera snowboard, Mary Vivacqua, tava frio bagarai. Deslocamos o escritorio para dentro do bar de 1600. Pegamos duas mesas de seis pessoas e fizemos um esquema rotativo para comer.

Foi um tal de reclamarem da pista que estava muito dura, puro ice. Mas acredito que não seja todas, pois quando estava subindo a telecabine, pude perceber que existem pistas mais "saudaveis".



Hoje contratei o estagiario de 1,98m chamado Big Gus. Ele desceu quente em uma pista e acabou caindo, machucando o cotovelo. Foi na enfermaria dar uma olhada na gravidade do problema e voltou mais cedo para a cidade. Se nao aguenta, por que vem? Mas calma que vou ensina-lo a andar.

Acho que esse lance de ficar bebendo uma garrafa de vinho por dia no escritório está me deixando bem confuso. Hoje, ainda sóbrio, me peguei passando pomada no pé errado. Bem, acho que dexei como crédito para quando machucar o outro pé.

A noite voltei na pizzaria de ontem, Calla. Mas nao comi pizza, comi empanada. Uma de tres queijos, outra de tomate, queijo manjericao e a melhor, de cogumelos. Encontrei com o Johnny e a galera do Leo Simas na pizzaria. Mas peguei-os de saida. Obviamente, fui e voltei de taxi. Além de ser um manco, ainda estava frio demais a noite. 

Para amanhã, já combinei um esquema com meu estagiário, Big Gus, de montarmos logo o escritório na parte de dentro, indoor. Pegar a melhor mesa, com até tomada para o notebook, se tiver. 

Pingo nos i's

Algumas coisas empurro com a barriga, outras simplesmente nao faço. Assim começou o meu dia.

Tomei café da manha cedo com o meu companheiro de quarto Caetano e logo a mesa do café foi crescendo, chegando o Marcelo Gaucho, o Marcinho, o Claudio Rauen, Mauricio Vianna e outros. Hoje aconteceu um coisa chata, levaram dois snowboards onde o pessoal guarda. É uma salinha que fica na entrada do hotel. Pessoal chega e já deixa seu equipamento por ali mesmo. Levaram a prancha alugada de uma menina e a prancha no Nacho, que trabalha na recepcao. Acreditamos que quem furtou (roubo é quando o agente ameaça ou exerce violencia) entrou e pegou os primeiros snowboards a vista. Veja o lado bom de ser manco, o meu equipamento ainda está no quarto.

Passado a ceia, Claudio Rauen me levou ao hospital para que um médico possa me examinar. Mas o esquema é chegar as 6:30am para pegar uma fila, a qual a atendente irá agenda-lo para o médico. Em resumo, sem nenhuma chance de eu fazer isso tudo para no final o fela me dizer que tenho que ficar com pé imobilizado e tomar antiinflamatorio. Este, que já fiz uso por cinco dias e parei de tomar. Agora estou apenas na base da pomada.

Depois do hospital, peguei uma carona de novo com o Claudio, que me levou a Aerolineas. Fui tentar mudar meu voo de volta. Em virtude do meu tornozelo, queria pular a parte de Bariloche (15 a 18/Ago). Mas a atendente disse que Bariloche é muy bela e que meu tornozelo é muy forte e que o voo estava muy cheio. Então, terei que ir a Bariloche.

De lá, Claudio me levou numa loja de vinhos para comprar o material de trabalho de hoje na montanha. Comprei dois. Não que eu venha beber os dois hoje, mas que eu já comprei pensando no dia de amanha.

Subi na van do meio dia e fui para o escritório, que já estava bombando. Mais um dia arduo na vida de um desempregado. Sentado na cadeira, com notebook no colo e vinho ao lado, começei a escutar os problemas e desabafos: "- Tô dolorido demias...", "- Dói tudo! Vou ficar mais tempo aqui.", "Poooo o Mau ronca!". Escutei de tudo e dentro da medida do possível ajudava.





As 17h bati o cartão de ponto e desci de gôndola, encontrando uma galera na base para uma cerveja. Eu não bebi, porque não acho certo beber fora do horário do expediente. Com uma garrafa inteira de vinho branco na cabeça, fui animar a volta de van. Acho que o motorista ficou tenso comigo que meteu 90km/h na nossa Niemeyer daqui. A galera pediu para eu ficar sentado, para que o motorista apenas olhasse para frente.

Banho tomado fui com o Mauricio, Fabiano e Marcinho numa pizzaria bem bacana. Com direito a uma belissima empanada de tres queijo e outra de tomate, queijo e manejricao. Saindo de lá iamos ao Acatras, pub que combinamos de todos se encontrarem lá. Mas no caminho, passamos em frente uma lojinha de fliperama. Fabiano ficou louco e nos convenceu a entrar. Querendo mostrar que era bom na direcao, ele comprou 4 fichas para jogarmos um joguinho de carro, todos juntos. Na primeira nao deu para ele, ganhei! Mauricio ficou indignado e comprou 4 fichas mais. Mas a segunda rodada tambem nao teve erro, ganhei de novo. Agora foi a vez do Marcinho comprar 4 fichas, ganhei de novo. Manquinho tava sinistro naquela noite. Era a minha vez, me trocaram de lugar, alegando que meu carro tava tunado. Mas nao teve erro, ganhei a quarta e ultima vez. Posso não poder andar de snow, mas na direção sou o cara. 

Motivando meus amigos ruim de roda, fomos ao pub Acatras. Inicialmente pensei que fosse um pub GLS, em virtude ao nome. Mas se era, nao poderia saber, só tinha a galera lá mesmo. Fiquei um pouco mais de uma hora e voltei andando com o Caetano, Mauricio e a Soraia. Estava cansado demais, trabalho foi duro pelo dia. No caminho de volta, Caetano, com frio, não me esperava. Por sorte, consegui um taxi. Bichinho saltou duas quadras como uma gazela fugindo de um guepardo. Lá estava ele dentro do taxi e com sete pesos argentinos, estavamos no hotel.  

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dia de escritório

Vamos para mais um dia de trabalho, pegar o transfer, aquele engarrafamento que só existe na minha imaginação, mas tenho que pensar para tornar meu dia mais animado, sentar na minha mesa de trabalho, que fica no deck externo do bar da base 1600 e receber meus clientes, amigos cansados e doloridos. Cada um que chega conta uma novidade, um tombo, um belo estabaco e relata onde dói mais. Vejo, ponho a mão no queixo, dou algumas palavras de conforto e se for homem, chamo de bichona.

Assim tem sido a minha rotina diária na montanha. Sempre a base de um bom vinho branco e com notebook no colo, quando a bateria permite. Dando 5pm, bato meu ponto e desco de telecabine até a base. Lá encontro os demais bebendo a cerva saideira. Transfer de volta, acompanhado de um belo ronquinho no ombro do amigo alheio, ou freneticamente pertubo o motorista, com meu ton de voz baixo, fazendo comentarios super relevantes sobre tudo. 

A unica diferenca no dia de hoje é que ao invés de sair para comer num restaurante bacana, filei uma bóia na cabana do grupo do Gus. Não me convidaram, acho que sabiam que eu ia mesmo. Peguei um taxi aqui no hotel, ele rodou 4 quadras e chegou. Deu 5 pesos, ou 2,5 reais. Carao né!? Tambem achei. Desci do taxi super desconfiado achando que o taxista tinha me roubado. Argentinos boludos!

Quem coordenou o banquet foi Taty Cirelli, que fez tres molhos (tomate, bolonhesa e 4 queijos) com massa fussili e penne. Comi tudo num prato de sopa fundo e só nao usei uma colher por que nao tinha, tive que esperar o Mau acabar de usar o garfo para poder comer. Ainda bem que cheguei atrasado e ele estava no finalzinho. 

Melissa, esposa do Bernardo, sentiu que era uma forte candidata ao paredao do dia. Tratou-se logo de lavar a louça. Como eu nao estava na cabana, joguei um veneno entre os participantes. Disse ao Gus que o Mau estava gostando do Pablo, o que deixou o Gus bem desconfiado e acredito que ele venha colocar o parceiro no paredão. 

Barriga cheia, começo a jornada de volta para casa sozinho. Apenas eu, Ana Paula e Luciana eramos de fora. Mas as meninas ficaram mais tempo depois que fui. Foram quatro longas quadras, para um manco. 

Chegando ao quarto, estava a luz apagada, Caetano e Marcelo Gaucho dormindo. Hora de passar mais pomada no pé e descansar...










terça-feira, 10 de agosto de 2010

Primeiro dia

Deus escreve certo por que estudou português. Então peço que nao considerem possíveis erros, porque nao estou relendo e ainda estou estudando a língua portuguesa. 

Mais injusto que vir para uma estação de ski, seria ainda não pode beber. Mas ainda bem que desse mal eu não sofro. Então, nada mais certo do que ficar na varanda do bar da estação olhando a galera descer, com o note na mão e uma garrafa de vinho ao lado. Assim fiz o dia inteiro aqui na estação. 

Inicialmente peguei uma garrafa de vinho tinto, mas ele estava ruim e mandei trocar a garrafa. Nunca achei que fosse fazer isso, mandar voltar a garrafa, mas esse não tinha como, estava bem passado. Pedi para que trocassem para um vinho branco, estava sol e pedia um vinho mais refrescante, do que um vinho tinto áspero. 

O bom de ficar assim na varanda é que sempre vem visitas. Estes cansados me fazem a companhia necessária. Ainda bem que nao sou filho único, senao ficaria bem carente. 

Final do dia na montanha, tomamos uma cerva no barzinho ao pé da mesma e pegamos a van de volta a cidade. 

A noite eramos vinte jantando no Don Florencio. Comida sensacional. Mais uma vez eu pedi o Lomo. Esse sim era um verdadeiro filé mignon. Os demais foram mais ousados pedindo cordeiro, costela e outras carnes, principalmente as de caça. 

Depois do jantar, poucos foram a um barzinho perto, mas cansado feito um estagiário de estivador ao final do dia, fui para o hotel e capotei.




segunda-feira, 9 de agosto de 2010

E agora?

Sábado, dia 07, o grande esperado dia de embarque para Chapelco. Viagem essa que reunirá grandes e recentes amigos. Alias, amigo é que nem felicidade, quanto mais melhor. Antes que perguntem, não plagiei nenhuma mensagem de caminhão. Porém, havia uma duvida muito grande. Ir ou não, tendo em vista a minha atual situação física - manco sem poder andar de snow. 

Alguns bons motivos mais me faziam pensar seriamente em ficar pelo Rio. Mas para uma pessoa que não pode ver um avião e não entrar, seria muito dificil ficar no Rio - fui. Fiz a mala em um pouco mais de 20 minutos e parti para o aeroporto. Chegando lá, encontrei com algumas feras do snow. Dentre elas destaco, Big Gus, Keiko, Leo de Buzios e sua galera, Pablo, Taty Cirelli, Bernardo, Melissa eo  Fernando. 

Pequeno atraso de 15 minutos e partimos para Buenos Aires via Aerolineas. No Aeroparque, aeroporto de Buenos Aires, encontramos ainda com o Fabiano que vinha por Sao Paulo. Pegamos um transfer para nosso albergue e lá ficamos em dois quartos. Em um, Bernardo e a Melissa, no outro Keiko, Taty, Fernando, Big Gus no chao devido a nao caber na cama, eu e o roncador mor Pablo.

Chegamos a ir numa pizzaria que fica 2 quadras do albergue. Pizza bacana, mas o que me impressinou foi o preço da garrafa de 1,5 litro de coca-cola. Duas delas nos custaram o mesmo preço da pizza. 

No dia seguinte, o transfer no pegou no albergue, levando ao aeroporto. Lá ainda encontramos mais gente, como o bahiano Marcio, o mineiro de vitoria Caetano, que divide o quarto comigo em Chapelco, as cariocas Ana Paula e Luciana e outros.

Voo sem atraso, chegamos em San Martim de Los Andes, a cidade que hospeda a montanha de Chapelco. Agora começa os serviços de Claudio Rauen (www.overtravel360.com.br). O transfer estava esperando e nos levou direto para o hotel, La Posta del Cazador. 

Hotel super charmosinho. Com uma equipe sensacional. Super bem humorados e sempre ajudando. Ganharam meus pontos. Dividi o quarto com o Caetano e o gaucho do Marcelo, partindo logo em seguida para o almoço. Fomos a um restaurante chamado Deli. Muito bonito, a margem do lago que esqueci o nome, mas um visual sensacional. 

Fabiano, Ana Paula, Luciana e eu pedimos o mesmo prato, lomo a creme de papa. No portugues claro, filé (mignon) com purê de batatas. Esperaca um belo filé, alto, por já ter comido na Argentina e conhecer seu corte de carne, principalmente do "Lomo a La Pimenta" (filé a poivre). Mas contrario as minhas espectativas, veio um bife de figado safado, super bem passado. Eu nao sou muito carnivoro, mas já que vamos comer, tem qu sangrar. Quer bem passado, vá comer uma pizza. Assim penso. 

Primeira refeição ficou a desejar, mas o creme de papa estava muito bom, sem sal, mas muito bom. Agora chegou a hora de dar aquela mofada no hotel, muito tempo andando para um manco. 

Devidamente acomodado em minha cama, com o pé direito sob gelo, passei o resto da noite até a hora de dormir. Apenas pedi para o Caetano deixar a porta aberta para que as visitas viessem me ver, e vieram. 




  

  

Largada queimada

Hoje é segunda feira e o segundo dia que estou em Chapelco. Começo o blog com um pequeno atraso, mas confesso que não havia pretensões de escreve-lo. Devido a incontavéis solicitações, volto a narrativa diaria das minhas atividades.

Dessa vez começo queimando a largada. Sim, já me machuquei. Antes de chegar a Chapelco, passei dois dias em Santiago, subindo para o Valle Nevado, onde alguns amigos lá estavam. No primeiro dia fui com o Johnny e a Isabel Clark, atual campeã de snowboard da america do sul e mais dois amigos do Johnny no boardercross do Valle Nevado. Na terceira curva, caio no alto da curva e sou atropelado. Ganho a lamina do snow do Carlinhos em ambas as canelas. Ainda nao entendi como foi, mas ele tambem levou a minha lamina nas canelas. Em um mundo solidário, nada mais justo do que uma troca de gentilezas como essa.

No dia seguinte, também no Valle, acontece o pior. Enquanto acompanhava o Lobão descendo bem rápido para um segundo dia, vejo que na sua direção havia uma pessoa caida. Lobão aponta a prancha para passar pelo lado dele, mas o infeliz tenta levantar e se desloca exatamente para onde não deveria. Fiquei tenso. Tão tenso que além de ter pensado em voz alta a palavra "fud**", acredito que fiquei paralisado e esqueci que estava andando. Conclusão, eu caio ridiculamente pela diagonal da prancha e o Lobão passa pelo cara deixando um jab direto no ombro dele. Minha bota dobra, torcendo meu tornozelo e dor. Lobão passa ileso e o infeliz do cara parece fica estirado no chão, imovel. Arrasto-me para perto dele e chamo o Severino pelo rádio, que estava na base da montanha. Peço a ele que avise o snowpatrol do acidente e mande duas macas. Depois que a ajuda chega, o desgraçado do nocauteado desce a montanha andando de snow e eu de maca. 

Dia seguinte voltei para o Rio, pulando com um pé e com direito a cadeira de rodas nos aeroportos de Santiago e internacional do Rio.